Oscar premiou o filme de melhor roteiro em 2018
Por Rosângela Trolles
Racismo é um tema difícil, pois esbarra na convicção da
maioria com poder. Aqui no Brasil, com uma sociedade muito mais miscigenada, podemos
identificar o racismo norte-americano, mas lá o assunto é ainda mais sério.
Lincoln filme de Steven Spielberg de 2012 tratou do tema com
muita competência e interesse com um estilo de drama histórico e anti-escravagista, mas Corra! de Jordan
Peele de 2017 tratou o tema com um misto
de comédia e terror fazendo uma narrativa de mistério e suspense. Correndo o
risco de dar spoiler ou revelações sobre o filme, vamos comentar este trabalho.
No filme, após uma cena de violência, o protagonista negro,
um fotógrafo chamado Chris (Daniel Kaluuya) está indo conhecer a família da
namorada branca Rose Armitage (Allison Wiliams). No caminho a moça atropela um
cervo, mas a polícia cisma mesmo com a identificação de Chris.
Na rica propriedade de interior estão o pai neurocirurgião
Dean e a mãe hipnoterapeuta Missy com o irmão, um estudante de medicina, o violento
Jeremy que insiste em levar a conversa para assuntos de luta. Chris se desvencilha
com polidez e é informado que a família vai receber amigos para uma festinha a
tarde do dia seguinte.
Chris sai a noite para fumar e aí é capturado numa sessão de
hipnose pela mãe de Rose, antes tendo um contato estranho com os dois
empregados negros da mansão. Missy diz que ele precisa parar de fumar e toca em
profundezas de sua mente levando-o para quando perdeu sua mãe.
Dia seguinte a festa reúne brancos idosos que tem uma fala
muito estranha como dizer que votariam em Obama para um terceiro mandato e as maravilhas
de ter um corpo negro com suas potencialidades.
Tudo daí assusta e Chris tenta ir embora da casa só que seu
destino está selado nas mãos da família Armitage. Coisa que seu amigo, também
negro e agente da TSA, polícia de aeroporto e acostumados com ações terroristas,
Rod tenta decifrar não sendo levado a sério por demais policiais também negros.
O racismo de Corra! Ou Get out!, ou seja – cai fora -, é mais
que uma história de terror isolada. A abordagem leva para o lado de terrorismo,
na maioria das vezes imprevisível, pois lida com organizações nas quais brancos
com poder hegemônico se unem para aproveitar de seus privilégios em
mentalidades delirantes.
Para maior acesso do espectador, o filme está sendo passado
no canal Tele Cine Premium da Net ou Sky e também pode ser visto no YouTube. Se você é impressionável, rebata com algo bem ameno, se você é negro, convide os amigos para assistir ao filme.
Sob uma direção não naturalista e música composta especialmente
para o clima distópico, o filme agrada não por apresentar uma solução para o
tema racismo, mas por dar uma nova visão para este flagelo de toda a humanidade.
Opa. Parece legal. Obrigada pela dica!
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