Por Rosângela Trolles Centenas de mulheres fazem aborto todos os dias. Uma intervenção perigosa e traumática. Várias recorrem a clínicas clandestinas caríssimas e assumem toda a responsabilidade sobre as consequências. Muitas utilizam-se de remédios abortivos, beberagens e outros métodos invasivos como até agulhas de tricô e muitas vezes vão à óbito. O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH) encabeçado por Damares Alves não poderia ser mais retrógrado. Não trata do assunto com a realidade das mulheres que precisam planejar suas famílias e enfrentar um mercado de trabalho em crise e ainda administrar seus relacionamentos que muitas vezes acabam com a chegada de um bebê. Nas seis mulheres que ocupam as nove secretarias do Ministério - que tem orçamento de R$ 450 milhões - predomina o conservadorismo. Não se fala em feminismo, mas de ouvir mais os homens. Defende-se a família tradicional e quem se vê fora da estrutura patriarcal está a descoberto. ...
Crônicas de sociedade e cultura