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Ainda a esquerda e o nazismo


Retórica de inversão tenta difamar a esquerda brasileira

Por Rosângela Trolles

Kim Kataguiri do MBL já tentou dizer que a esquerda e o PT tem a ver com o nazismo. A questão foi discutida, mas permanece circulando em imagens, por ocasião da resistência de Lula a prisão. Sociólogos e escritores também insistem em imprimir características de nazismo ao partido dos trabalhadores. Vejamos:

O professor Leandro Karnal já fez vários esclarecimentos em relação a este assunto mas vou me deter em um texto que está circulando na internet intitulado O PT e as sementes do nazismo daquela que assina como socióloga; Maria Lúcia Victor Barbosa.

Este texto começa falando das técnicas de propaganda nazista de Joseph Goebbels o que não comporta as técnicas utilizadas pelo PT. Este sempre prezou pela verdade e o esclarecimento em assuntos de interesse popular servindo ao cidadão desassistido pelo sistema capitalista. Este sim faz sua manipulação massiva utilizando-se de técnicas de ilusão para influenciar a opinião do povo.

O texto equipara ao PT o Partido Nacional Socialista dizendo que este surgiu do partido dos trabalhadores alemães. Aí, no entanto, temos somente uma semelhança quanto ao nome sendo que este partido não tinha a autenticidade de um movimento de resistência de trabalhadores de determinada atuação como os metalúrgicos no caso brasileiro. Socialista no nome do partido alemão não contém nenhuma essência e acreditar nisso é nominalismo ingênuo. O nome pode disfarçar o seu contrário como no Ministério da Verdade do 1984 de George Orwell.

Outro erro é comparar a veneração de cunho religioso do Fürer com a adesão ao líder popular Lula, que em forma alguma intercede em nome místico e não traz em si o pensamento religioso com seus dogmas e superstições. Lula nunca se utilizou de discurso religioso. Além disso, fez um governo laico e não permitiu que se confundisse fervor religioso aos seus desígnios políticos.

Lula e o PT nunca foram encarados como representantes das classes altas. Pelo contrário. A luta do PT foi sempre dar voz e vez as camadas mais básicas da sociedade. Camponeses, operários, minorias etc. Se houve corrupção realizada por chefes de empreiteiras e diretores de estatais, isto fugiu da política de Lula e realmente se tornou um escândalo ao ponto de derrubá-lo politicamente, mesmo sendo apoiado pela maior parte da população.

Intelectuais se comprometeram sim com a causa dos trabalhadores. Mas longe de ser um ideal hegemônico de superioridade de raça, os intelectuais brasileiros o fizeram por amar as suas origens simples. Por reconhecimento de uma história mais sincera de seu país com o orgulho do que é propriamente nacional e não colonial, como vinha sendo e ainda o é o país.

A socióloga compara o livro Minha luta de Hitler ao A verdade vencerá de Lula ambos escritos diante da prisão. O livro Minha luta é um combate ao socialismo de modelo soviético que Hitler identifica com o Judaísmo. Mas o livro de Lula trata-se de entrevistas com pessoas reconhecidas e procura fazer um esclarecimento da atuação do líder do partido dos trabalhadores. A narrativa recebeu adesão por grande parte do público leitor que o colocou entre os dez mais vendidos em poucas semanas.

O texto fala em milícias de Hitler como as ditas milícias de Lula, porém gostaria de verbalizar que não existem milícias nas causas de Lula que é totalmente desmilitarizado e somente organiza movimentos como o MST, MTST, CUT que em nada se parecem com milícias ordenadas e armadas.

Diferentemente do ódio que o texto diz ser motivado pelo PT, Lula costuma se chamar de “Lulinha paz e amor” e o lema do partido é; “Sem medo de ser feliz”. Deu voz aos oprimidos sem que tentasse colocá-los no lugar de opressores.

Como ressaltou Leandro Karnal, o Estado Totalitário (URSS, Alemanha Nazista, Itália Fascista etc) pode ser de esquerda ou de direita. No caso o PT brasileiro bebe de fontes bem mais democráticas. O partido histórico por sua origem e atuação pretendia somente fazer uma social democracia no terceiro mundo. E conseguiu.

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