Por
Rosângela Trolles
O coletivo
Movimento pela Legalização da Maconha percorreu no sábado dia 05 de maio de
2018 a orla de Ipanema, Rio de Janeiro, com a bandeira da legalização do uso e da venda de
cannabis no país. O protesto contou com carro de som e cartazes e é promovido
desde 2002. Segundo o Datafolha atualmente no Brasil 66% dos brasileiros são
contra a descriminalização enquanto 32% apóiam a legalização.
Diferentemente
do Brasil onde a discussão sobre a descriminalização do uso e porte da maconha
segue parada no STF desde setembro de 2015, o Uruguai passou a comercializar a
droga em farmácias em 2017 aos três anos de legalização sob a presidência de
José Mujica, atual senador. A venda, no entanto, esbarrou na resistência dos
bancos internacionais e norte-americanos (Santander, Itaú, Bank of America e
Citibank) que ameaçam encerrar contas de empresas que trabalham com cannabis.
Os bancos
internacionais alegam que trabalhar com dinheiro proveniente da maconha é
ilegal e atenta contra as medidas norte-americanas para controlar a lavagem de dinheiro
e ações terroristas. Porém, nos Estados Unidos a legalização da maconha caminha
em passos largos. Hoje nos EUA em 29 estados e um distrito o consumo de
cannabis é liberado para fins médicos e, dentre estes, dez permitem também o
uso recreativo.
Nos EUA,
segundo pesquisa da Universidade Quinnipiac, atualmente 63% são a favor da
liberação da maconha para uso recreativo e 93% defendem sua liberação para uso
médico. Nunca o índice de apoio foi tão expressivo.
A
Califórnia, por exemplo, estado mais populoso dos EUA, passou a integrar a lista
de estados que permitem o comércio e consumo da maconha para uso recreativo em
1º de janeiro de 2018 se tornando o maior mercado de maconha legal do mundo.
O estado
aprovou a legalização em referendo em novembro de 2016 nas mesmas eleições
vencidas por Donald Trump, mas há regras básicas do comércio. A droga só pode
ser vendida em cerca de 30 gramas a maiores de 21 anos em lojas autorizadas. Não
se pode fumar em público, nem a menos de 300 metros de estabelecimento
infantil, tampouco dirigindo. Até seis plantas podem ser plantadas em casa. O
produto também não pode sair do estado que cobra 15% de impostos sobre a venda.
O óleo de cannabis
tem efeitos de controle de sintomas de diversas doenças como epilepsia, dores crônicas,
Parkinson, esclerose múltipla e enjoos causados por quimioterapia. No entanto,
o uso continuado da droga também causa dependência, estados alucinatórios,
prostração, juízo alterado, além de uma série de acidentes. No trânsito é grande a dificuldade
de detectar motoristas sob efeito da substância.
No Brasil
talvez a legalização seja importante no sentido de servir para baixar os
índices de violência e tráfico. A descriminalização pode sanar injustiças como
a detenção de pessoas com pequenos portes da droga. Isto, além de ser um
entrave na justiça, também é uma das razões da superlotação das cadeias do país. A quebra do tabu pode ainda alertar para os riscos químicos da utilização da droga e modificar a curiosidade em torno da substância.
Gostei do texto, mas acho inapropriado referir-se à canabis (planta) como droga. Penso que é necessário separar aquilo que a natureza provê daquilo que é processado por algum meio ou forma ou sintetizado em laboratório. O termo droga hoje é muito pejorativo e não tem o mesmo sentido que séculos atrás.
ResponderExcluirParabéns!
A legalização da maconha é o sonho de consumo dos traficantes, será que ninguém vê??
ResponderExcluirO comentário acima é meu: Gustavo Aguiar Rocha da Silva. Velho, careta, reacionário, esquerdofóbico.
ExcluirParabéns! Muito bom!
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