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Suzano, Nova Zelândia e a internet


Por Rosângela Trolles

Semana violenta a de quarta-feira, 13 de março, com o atentado que matou dez pessoas na escola Raul Brasil em Suzano SP e sexta-feira, 15 de março, em Christchurch que deixou 49 mortos na Nova Zelândia.

Fica um alerta: a violência irrestrita tem se espalhado por internet. Nela existem três camadas de navegação: a web, acessível por meio de qualquer mecanismo de busca, como Google; a chamada deep web, onde o acesso só é possível por meio de senha, como sites de conteúdo fechado; e a dark web, acessível apenas com determinados navegadores e onde, em tese, o anonimato é preservado.

É este último o lado obscuro da rede.  Fóruns na internet, conhecidos como “chan”, têm sido usados para propagar discursos de ódio e podem colaborar para tragédias. O Ministério Público de São Paulo investiga a relação com estes fóruns com os dois assassinos de Suzano, Guilherme Monteiro de 17 anos e Luiz Henrique de Castro de 25 anos, que se mataram quando a polícia se aproximou deles.

O certo é que as armas brancas dos rapazes foram compradas na web. Eles também conseguiram um automóvel e um revólver 38 para matar alunos e funcionários da escola. Mas os  jovens compraram uma espécie de arco e flecha portátil e uma machadinha no site Mercado Livre. O site, no entanto, afirmou que os equipamentos são amplamente utilizados em atividades legais.

Na Nova Zelândia o atirador australiano Brenton Tarrant de 28 anos que invadiu duas mesquitas também se encontrava com uma câmera acoplada a cabeça para filmar e transmitir via internet todo o massacre, se assemelhando aos jogos de vídeo game de luta.

As vítimas neste caso vieram de vários países, boa parte como refugiados e imigrantes, que acreditavam ter encontrado segurança na Nova Zelândia. No vídeo, um professor paquistanês aparece tentando atacar o atirador o que demonstra um ato de heroísmo, mas este não resistiu ao massacre.

Ao ser apresentado para a Justiça o atirador fez um gesto interpretado como um símbolo do poder branco. O sinal que parece um OK com a mão para baixo tem seu uso atribuído a nacionalistas brancos e perfis racistas na internet.

Tanto no Brasil quanto na Nova Zelândia podemos ver que a internet difunde uma violência difícil de controlar por ser um meio com pouca regulação e que permite evitar rastreamentos. O acesso a armas e equipamentos é facilitado por um mercado sem barreiras e uma ampla difusão do ódio.

Precisamos discutir este novo espaço que já é uma realidade mundial e um meio social no qual, principalmente, os jovens fazem novos contatos e desenvolvem suas atividades.  As polícias devem exercer seu poder sobre este domínio ou sofreremos mais e maiores consequências.
 

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