Por Rosângela
Trolles
Anthony
Bourdain se matou aos 61 anos nesta sexta-feira 8 de junho. A notícia é que o
chef se enforcou com o cinto do robe no banheiro do hotel onde estava hospedado.
Incrível. Era um apresentador sui generis
de TV, escritor com destaque e chef americano no auge. Ele estava gravando um
episódio do programa Parts Unknown,
da CNN, na França, na região da Alsácia. Segundo autoridades locais citadas
pelo jornal The New York Times, a
causa da morte foi mesmo suicídio.
O cozinheiro
Bourdain ganhou fama ao publicar em 1999 um artigo seminal na revista The New Yorker, chamado “Não coma antes
de ler isto”. No artigo ele relatava sua experiência na cozinha mostrando um
submundo de horrores; sujeira, produtos maquiados, drogas, invisíveis aos clientes
em plena era de glamourização dos chefs.
O texto
cheio de bom humor foi ampliado e virou o best-seller
“Cozinha confidencial – uma aventura nas entranhas da culinária” publicado no
Brasil pela Companhia das Letras em 2001. O chef do restaurante Les Halles, de NovaYork,
saltou para o estrelato como escritor e apresentador. Ele ainda publicou ”Em
busca do prato perfeito” e ”Ao ponto” e começou os programas de TV viajando
pelo mundo com grande irreverência. Passou pelo Food Network, Travel Channel
com o No Reservations , premiado com
dois Emmy, o Oscar da TV, e desde 2013 fazia o Parts Unknown na CNN. A série ganhou cinco prêmios Emmy. A 11ª temporada
estreou em maio.
O segredo de
Bourdain era abordar, além do mundo dos grandes chefs, as manifestações
populares, com botecos, mercados e quiosques de rua. Bourdain também veio ao
Brasil e gravou episódios em São Paulo, Rio, Pará, Bahia e Minas Gerais.
Comenta-se que
em sua passagem por São Paulo demonstrava certo tédio e fadiga pelo trabalho, mas
se mantinha impactante e fazia declarações sobre si mesmo e seus problemas com drogas.
Bourdain
tinha 1m93, uma namorada atriz que esteve na linha de frente das acusações contra
Harvey Weinstein, e uma filha com sua segunda mulher, uma italiana.
Em seu livro
”Cozinha confidencial” se destaca um trecho que fala se sua viagem com as
drogas; “Vivíamos pirados de manhã à noite (...) dificilmente uma decisão era tomada
sem drogas. Maconha, barbitúricos, cocaína, LSD, cogumelos alucinógenos,
Seconal, Tuinal, bolinha, codeína e, cada vez mais, heroína. (...) E éramos
felizes, realmente felizes.”
Parece que
pintou uma bad trip já que as autoridades não divulgaram a notícia de overdose.
Eu tinha uma prima apaixonada por ele que devia inspirar muitas mulheres. Valeu
Bourdain, toda atitude parece que estava comprometida com uma grande dependência
química. Infelizmente vou te falar uma coisa; putz, que papelão.
Eu sou muito chato, desculpa, não seria 08 de junho?
ResponderExcluirVi um comentário seu por acaso em post do facebook.
Ótimo texto. A gente se pergunta as vezes por que se agarrar a uma vida de penúria diante do fracasso do ser humano. O chef viveu e morreu curtindo.