Pular para o conteúdo principal

Eu me importo


Por Rosângela Trolles

25/02/2021

Este é o título do filme que entrou no catálogo da Netflix em 2021. Ele traz um tema inédito à ficção. É sobre duas golpistas que se tornam por meios legais guardiãs de idosos e roubam todos os seus bens. Para quem assistiu à série de 2020; Dirty Money, Na rota do dinheiro sujo, em especial ao episódio Guardians, Inc ou Cuidadores, S.A, já conhece a novidade.

O problema aparece com uma denúncia de incapacidade pessoal por parte de algum médico a um guardião. Nos Estados Unidos existe uma cláusula nos estatutos que permite que o Estado tome a frente de cuidar de um idoso, caso seja confirmado que ele não pode mais se manter sozinho e tenha parentes negligentes ou nenhum parente que possa fazer o acompanhamento. Então o caso é levado para um juiz e é nomeado um curatela para acompanhá-lo.

No caso da série vemos o quanto esta brecha de legislação é passível de erros para que os golpistas se aproveitem. Na ficção que se intitula comédia mas mais parece um filme de terror, muitas reviravoltas são possíveis.

O filme começa com uma mulher que é abordada por Marla Greyson (Rosamund Pike de Garota exemplar), guardiã profissional que vive de tutorias e que aborda Jennifer Peterson (Dianne Wiest) e a coloca num asilo sem a sua permissão e passa a negociar seus pertences e vida. Só que ela não esperava que a mulher tivesse um elo com a máfia russa.

O filme faz com que a vilã seja quase que vista como mocinha pois a coloca sob a ótica dos homens fortes e dominantes diante de um mundo masculino que ela desafia junto com sua parceira Fran (Eiza González). O amor delas é invencível e a frieza e glamour de Marla chega a encher os olhos do espectador.

Na verdade, todo o esquema é uma contrariedade, desde a médica conivente com o esquema, ao juiz incapaz de dar um veredicto digno e a própria casa de repouso que mais parece um campo de concentração estipulando medicamentos à medida que a personagem se recusa a fazer parte daquilo.

O próprio perfil de Marla se projeta no contraste das perdas de funções que os idosos são acusados de sofrer. Ela é onipotente, loira, saltos altos, com uma máscara de impassibilidade, sempre altiva até nos momentos de ameaça por parte de homens irritados.

Mas até onde pode-se ir nesta espécie de crime contra a pessoa humana? No caso de Cuidadores S.A. vemos que muito ainda deve ser feito para impedir esta nova modalidade de crime que move trilhões numa população que envelhece. Em Eu me importo (I care a lot) esse negócio aparece como promissor para quem quer galgar as trilhas do poder e do dinheiro.

Se você não é muito impressionável vai achar o filme de ficção algo revoltante e curioso. O roteiro e a direção são de J. Blakeson que também fez A 5ª. Onda e O desaparecimento de Alice Creed.  Uma produção bem cuidada que dá até medo da tal da curatela.



Comentários

Artigos mais visitados

Apple adquire empresa israelense de reconhecimento facial

(sem data) RealFace A Apple adquiriu a RealFace, uma startup israelense especializada em tecnologia de reconhecimento facial. O software oferece aos usuários a possibilidade de fazerem login usando biometria inteligente com o intuito de tornar as senhas desnecessárias e redundantes ao acessar dispositivos móveis e PCs. A empresa, sediada em Tel-Aviv, possui representação comercial na China, EUA e na Europa. http://alefnews.com.br/apple-adquire-empresa-israelense-de-reconhecimento-facial/